quarta-feira, 26 de março de 2008


Amor
Amor é para todos...
Não tem como fugir...

Não tem como fingir...

Aparece do nada...

E você tem que ficar com ele até o fim...

Amor
É precioso...
É carinhoso...

É importante...

É imprevisível...

É Profundo...

É indescritível...

É Perfeito...

Muitas vezes sem fim...

Mas do começo ao final...

Ele está sempre BRILHANDO.

(Autoria Própria)

sábado, 1 de março de 2008

Todos tem O direito de amar...

Pq o Amor eh Doce...

SOUSÂNDRADE

NOVO ÉDEN


MANHÃS D’ÉDEN: UNIDOS, LONGE-OLHANDO
O SOL DIVINAMENTE JOVEM, FÚLGIDOS
VIVENTES RAIOS DO GRANDE OLHO ETERNO
AOS OLHOS DELES VINDO, QUE NÃO CEGAM,
MAS OS RECEBEM, E OS AFETOS CÂNDIDOS
RETRIBUEM, TÃO CÂNDIDOS, QUAL PARTES
DA NATUREZA TODA, NA SUA GLÓRIA,
ILUMINADA MATINAL, ESTAVAM:
ORA, AO CLARÃO OBSCUROS, VÊEM FLUTUANDO
DO SOLAR REVERBERO, À CIMA INÚMERAS
RODAS GLORIOSAS, PÚRPURAS, ESCARLATAS,
NOS VERDEJANTES ARES...E OUVEM ROSAS...
E O HOMEM: CANTAM, DIVINA! OLHA-AS ABRINDO!
QUE MARAVILHA! QUEM AS ABRE? ...ELE?...ELE!
MÃOS INVISÍVEIS D’ELE!... QUE D ‘ ENCANTOS!
SE PRESENTE ELE ESTÁ, MEIGA, ADOREMOS
A DEUS QUE ESTÁ PRESENTE! - SANTO! SANTO!

ÁLVARES DE AZEVEDO

O Fantasma


Sou o sonho de tua esperança,
tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!...

SONETO


Pálida, ``a luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada
Entre as nuvens do amor ela dormia


era a virgem do mar! na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia


Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...


Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti- as noites eu velei chorando,
Por ti - nos ombros morrerei sorrindo.

A Valsa

A VALSA

Tu, ontem,

Na dança

Que cansa,

Voavas

Co’as faces

Em rosas

Formosas

De vivo,

Lascivo

Carmim;

Na valsa

Tão falsa,

Corrias,

Fugias,

Ardente,

Contente,

Tranqüila,

Serena,

Sem pena

De mim!

Quem dera

Que sintas

As dores

De amores

Que louco

Senti!

Quem dera

Que sintas!...

- Não negues,

Não mintas...

-Eu vi!...

Valsavas:

-Teus belos

Cabelos,

Já soltos,

Revoltos,

Saltavam,

Voavam,

Brincavam

No colo

Que é meu;

E os olhos

Escuros

Tão puros,

Os olhos

Perjuros

Volvias,

Tremias,

Sorrias,

Pr’a outro

Não eu!

Quem dera

Que sintas

As dores

De amores

Senti!

Quem dera

Que sintas!...

-não negues,

Não mintas...

- Eu vi!...

Meu Deus!

Eras bela

Donzela,

Valsando,

Sorrindo,

Fugindo,

Qual silfo

Risonho

Que em sonho

Nos vem!

Mas esse

Sorriso

Tão liso

Que tinhas

Nos lábios

De rosa,

Formosa,

Tu davas,

Mandavas

A quem?!

Calado,

Sozinho,

Mesquinho,

Em zelos

Ardendo

Eu vi-te

Correndo

Tão falsa

Na valsa

Veloz!

Eu triste

Vi tudo!

Mas mudo

Não tive

Nas galas

Das salas,

Nem falas,

Nem cantos,

Nem prantos,

Nem voz!

Na valsa

Cansaste;

Ficaste

Prostrada,

Turbada!

Pensavas,

Cismavas,

E estavas

Tão pálida

Então;

Qual pálida

Rosa

Mimosa,

No vale

Do vento

Cruento

Batida,

Caída,

Sem vida

No chão!

Quem dera

Que sintas

As dores

De amores (...)

Não te amo mais

Estarei mentindo dizendo que

Ainda te quero como sempre quis

Tenho certeza que

Nada foi em vão

Sinto dentro de mim que

Você não significa nada

Não poderia dizer mais que

Alimento um grande amor

Sinto cada vez mais que

Já te esqueci!

E jamais usarei a frase

Eu te amo!

Sinto, mas tenho que dizer a verdade

É tarde demais.



"Casimiro de Abreu"


BOA – NOITE

BOA – NOITE

Boa-noite, Maria! Eu vou-me embora.

A lua nas janelas bate em cheio.

Boa-noite, Maria! É tarde... É tarde...

Não me apertes assim contra teu seio.

Boa-noite!...E tu dizes – Boa-noite,

Mas não digas assim por entre beijos...

Mas não mo digas descobrindo o peito,

- Mar de amor onde vagam meus desejos.

Julieta do céu! Ouve...a calhandra

Já rumoreja o canto da matina.

Tu dizes que eu menti?...pois foi mentira...

...quem cantou foi teu hálito, divina!

Se a estrela-d’alva os derradeiros raios

Derrama nos jardins do Capuleto,

Eu direi, me esquecendo d’alvorada:

“É noite ainda em teu cabelo preto...”

É noite ainda! Brilha na cambraia

- Desmanchando o roupão, a espádua nua –

O globo de teu peito entre os arminhos

Como entre as névoas se balouça a lua...

É noite, pois! Durmamos, Julieta!

Recende a alcova ao trescalar das flores,

Fechemos sobre nós estas cortinas...

- São as asas do arcanjo dos amores.

A frouxa luz da alabastrina lâmpada

Lambe voluptuosa os teus contornos...

Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos

Ao doudo afago de meus lábios mornos.

Mulher do meu amor! Quando aos meus beijos

Treme tua alma, como a lira ao vento,

Das teclas de teu seio que harmonias,

Que escalas de suspiros, bebo atento!

Ai! Canta a cavatina do delírio,

Ri, suspira, soluça, anseia e chora...

Marion! Marion...É noite ainda.

Que importa os raios de uma
nova aurora?!...

(Autor desconhecido)



Em um castelo doirado

Dorme encantada donzela;

Nasceu – e vive junto dormindo

- dorme tudo junto dela.

Adormeceu-a sonhando

Um feiticeiro condão,

E dormem no seio dela

As rosas do coração.

Dorme a lâmpada argentina

Defronte do leito seu:

Noite a noite a lua triste

Dorme pálida no céu.

Voam os sonhos errantes

Do leito sob o dossel,

E suspiram no alaúde

As notas do menestrel.

E no castelo , sozinha,

Dorme encantada donzela:

Nasceu – e vive dormindo

- dorme tudo junto dela.


Dormem cheirosas abrindo

As roseiras em botão,

E dormem no seio dela

As rosas do coração!

"Álvares de Azevedo"

BALADA DO AMOR ATRAVÉS DAS IDADES

Eu te gosto, você me gosta

Desde tempos imemoriais.

Eu era grego, você troiana,

Troiana, mas não Helena,

Saí do cavalo de pau

Para matar seu irmão.

Matei, brigamos, morremos.

Virei soldado romano,

Perseguidor de cristãos.

Na porta da catacumba

Encontrei-te novamente.

Mas quando vi você nua

Caída na areia do circo

E o leão que vinha vindo,

Dei um pulo desesperado

E o leão comeu nós dois.

Depois fui pirata mouro,

Flagelo da Tripolitânia.

Toquei fogo na fragata

Onde você se escondia

Da fúria do meu bergantim.

Mas quando ia te pegar

E te fazer minha escrava,

Você fez o sinal da cruz

E rasgou o meu punhal...

Me suicidei também.

Depois (tempos mais amenos)

Fui cortesão de Versailles,

Espirituoso e devasso.

Você cismou de ser freira...

Pulei muro de convento

Mas complicações políticas

Nos levaram à guilhotina.

Hoje sou moço moderno

Remo, pulo, danço, boxo,

Tenho dinheiro no banco.

Você é uma loira notável,

Boxa,dança, pula, rema.

Seu pai é que não faz gosto.

Mas depois de mil peripécias,

Eu, herói da Paramount,

Te abraço, beijo e casamos.

(Carlos Drummond de Andrade)


Se me foi negado o amor, por que,

então, amanhece; por que sussurra

o vento do sul entre as folhas recém nascidas?

Se me foi negado o amor, por que,

então, a meia noite entristece,

com nostálgico silêncio, as estrelas?

E por que este tolo coração continua,

esperançoso e louco, espreitando o mar infinito?

(Rabindranath Tagore)