sábado, 1 de março de 2008

ÁLVARES DE AZEVEDO

O Fantasma


Sou o sonho de tua esperança,
tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!...

SONETO


Pálida, ``a luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada
Entre as nuvens do amor ela dormia


era a virgem do mar! na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia


Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...


Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti- as noites eu velei chorando,
Por ti - nos ombros morrerei sorrindo.

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